Futebol e política ou a galinha e o ovo

Qual é causa e qual é efeito? A política bem organizada é efeito ou é causa do futebol vencedor?

Talvez eventualmente haja uma relação recíproca de causa e efeito, mas isso apenas acontece quando tudo vai bem (o futebol vencedor pacifica e mantém sob controle a política). Já quando o futebol vai mal a política fica desorganizada. Mas será que são os resultados de campo que desorganizam a política? Não seria a desorganização política e administrativa a causa dos maus resultados do futebol?

Parece claro que sim, a verdadeira relação de causa e efeito começa pela política bem organizada, para o bom futebol, ou pela política mal organizada, para o mau futebol. Ainda que os resultados do futebol sejam positivos apesar da desorganização política, e isso pacifique artificialmente os bastidores da política, essa situação será sempre temporária, transitória, com o prazo de duração dos resultados positivos alcançados e da autoridade de um grande Presidente (como provavelmente será o caso com Paulo Odone).

Mas e depois?  Fábio Koff teve que se afastar do Grêmio, eventualmente (porque nos bastidores não quiseram permitir que ele fosse reeleito indefinidamente e isso o estimulou a direcionar seu esforço para outros projetos pessoais). Será diferente com Paulo Odone? Pior. O Grêmio pode ficar dependendo indefinidamente da disposição desses grandes ex-Presidentes para exercer a função quase messiânica de acalmar os bastidores da política e fazer o futebol funcionar a contento?

O mesmo acontece agora, com relação ao eterno e maior ídolo de todos: Renato Portaluppi. Ele chegou com a autoridade de quem é responsável pelo letreiro que ornamenta a fachada do estádio Olímpico (CAMPEÃO DO MUNDO) e, com isso, conseguiu se impor sobre um grupo qualificado de jogadores, mas que estava desgovernado. Até sobre os futuros Presidente e Vices ele se impôs e, segundo parece, as arestas foram aparadas e tudo correrá bem. Essa autoridade não irá se esvair e o Renato provavelmente será técnico do Grêmio por muitos e vencedores anos (ou assim esperamos).  Mas será técnico do Grêmio para sempre?

O Grêmio não tem prazo de duração. Todos nós temos. O Grêmio deve passar por um processo de aprimoramento institucional que faça com que a grandeza e o bom futebol sejam a normalidade em sua existência, com que naturalmente o Grêmio seja sempre considerado favorito para ser campeão brasileiro, da américa e do mundo, em todos os anos. A grandeza do Grêmio pode e deve ser alimentada pela grandeza de grandes gremistas como Fábio Koff, Paulo Odone e Renato Portaluppi, mas não pode ficar dependendo apenas desses grandes gremistas. O Grêmio deve ser grande por si.

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