Extinção da cláusula de barreira

Não há justificativa para que todas as vagas disponíveis no Conselho Deliberativo do Grêmio sejam ocupadas pelos integrantes de uma chapa que fez aproximadamente apenas metade dos votos. Mais do que isso. Não há justificativa para que exista qualquer claúsula de barreira, pois qualquer barreira é antidemocrática, é elitista, é conservadora, e faz com que os votos de alguns valham mais do que os votos de outros. Se na eleição de 2010 votaram aproximadamente 4,5 mil gremistas e havia 180 vagas no Conselho Deliberativo isso significaria que a quantidade de votos necessária para o preenchimento de cada vaga seria equivalente a 25. Ou seja, cada candidato que contasse com a confiança de 25 associados para representá-los no Conselho Deliberativo teria sido eleito. Entretanto, em 2010 os votos de quase 2500 associados (que votaram nas 2 chapas “derrotadas”) não foram suficientes para eleger um único conselheiro. E a situação não seria menos injustificável se a claúsula de barreira fosse de 20% ou de 10%, porque ainda assim uma parcela expressiva dos associados dispostos a votar ficaria sem representação caso não fosse vencida a cláusula de barreira – no caso de 2010, mesmo que a cláusula de barreira fosse de 10% seria possível que 450 associados ficassem sem representante no Conselho Deliberativo do Grêmio, quando a lógica indicaria que deveriam ter conseguido eleger 18 conselheiros (450/25 = 18). Se todos os associados gremistas são iguais, o voto de cada um deles deve necessariamente valer o mesmo…

13 Responses “Extinção da cláusula de barreira” →

  1. nelsongz

    06/12/2010

    A cláusula de barreira de 30% é absurda, como colocaste. Mas penso que deva existir uma cláusula de barreira bem baixa, de 5 a 10%, que considero democrática.
    A eliminação pura e simples dessa cláusula, pode levar a ser conselheiro do Grêmio pessoas totalmente despreparadas, pelo simples fato de terem conseguido angariar 25 votos dentro de seu pequeno grupo (no teu exemplo).
    Assim, votei na segunda opção, por ser a que mais se aproxima do meu entendimento.

    Responder

    • Carlos Lenuzza

      14/01/2011

      Extinção da cláusula de barreira ?

      Sou partidário há muito tempo da redução da cláusula de barreira, mais do que isso, junto com meus companheiros temos lutado incansavelmente pela alteração.
      Porém algo me intriga no requerimento apresentado ao Conselho Deliberativo pela extinção da cláusula. Primeiro por que veio justamente de quem por diversas oportunidades teve a possibilidade de reduzir a cláusula e simplesmente por intensão ou omissão jamais deixou a matéria prosperar.
      Por outro lado, divide novamente o conselho numa hora que parecia propícia para uma convergência saudável.
      Desconfio muito disso, muitas vezes quem quer tudo não tem nada, penso que a hora é de reduzir a cláusula (10%), através de conversas e convergências com todos os grupos, pois essa bandeira fora defendida por todas as chapas na última eleição do CD.
      Posteriormente sim, com amadurecimento político, independência e maturidade, podemos caminhar para extinção da cláusula de barreira.

      Carlos Lenuzza


  2. Tiago

    15/01/2011

    Sem sombra de dúvidas a cláusula de barreira deve ser extinta ou, ao menos, reduzida significativamente.
    Mas, creio, para além de todos os motivos elencados, por um definitivo: em razão da cláusula de barreira, os grupos políticos do Grêmio, ainda que sem afinidades, vêem-se obrigados a coligar, porque, sozinhos, não tem condições de elegerem-se.
    E boa parte dos problemas políticos do Grêmio decorrem justamente de associações que não se dão por afinidades naturais, mas por conveniências eleitorais.
    A redução da cláusula de barreira tem esse grande benefício de “libertar” a política institucional de suas amarras. A associação passaria a ser natural e, apenas eventualmente, em razão das eleições.
    A correção das distorções políticas do Clube, creio, passam necessariamente pela eliminação/redução da cláusula de barreira.
    É o que penso.

    Responder

  3. Guilherme da Rocha Zambrano

    24/01/2011

    É incrível que a manutenção da cláusula de barreira esteja vencendo a enquete…

    Responder

    • Guilherme Zambrano

      25/03/2011

      As enquetes tinham sido boicotadas por colorados infiltrados, foram removidas.


  4. Guilherme Zambrano

    25/03/2011

    Os diversos grupos políticos dentro do Grêmio estão tentando formar um consenso sobre uma proposta de redução da cláusula de barreira. Houve um jantar organizado pelo Movimento Grêmio Acima de Tudo para iniciar o debate. O assunto será debatido em cada grupo.
    Obtido o consenso, pode ser substituída a proposta que está tramitando no Conselho Deliberativo, que “reduz” para 20% a cláusula de barreira.
    Mas é importante notar que, se houver consenso agora, não faz o menor sentido discutir o assunto de novo antes das próximas eleições, em 2012 para o Conselho de Administração e em 2013 para o Conselho Deliberativo.
    Nesse caso, se todos concordarem com 20%, estará automaticamente prorrogado o mandato do ODONE para 2014 e todos os movimentos terão que formar chapas com outros grupos em 2013.
    Explico: só sobrou 15% de conselheiros não vinculados ao Odone no CD (30% da eleição de 2007); ou seja, mesmo se o Fábio Koff fosse candidato ele não alcançaria os 20% dos votos necessários do Conselho Deliberativo, não teria seu nome aprovado para a eleição entre os sócios, e, como único candidato “aprovado”, o Odone continuaria presidente até 2014, pelo menos.
    Além disso, todos seriam forçados a formar chapa com outros grupos, para superar a cláusula de barreira de 20%, que sobre a quantidade de votantes da última eleição significaria 900 votos – e é bem difícil conseguir essa votação sozinho ou em conjunto com outros grupos.
    Em última análise, ao apoiar a redução gradual da cláusula de barreira (começando com 20%), estaríamos legitimando o continuísmo do Odone, impedindo a realização de eleições diretas para Presidente em 2012 e condenando o Conselho Deliberativo a permanecer sem oposição (ou com oposição reduzida) até 2016.
    E ninguém poderia reclamar!!!
    Se alguém reclamasse, diriam: MAS TODOS APOIARAM A CLÁUSULA DE BARREIRA DE 20%!!!
    Se for para manter em 20% a cláusula de barreira, é melhor não participar desse “consenso”…
    O máximo admissível é 10% (se for para reduzir antes de extinguir a cláusula de barreira).

    Responder

  5. nelsongz

    25/03/2011

    Eu continuo com a mesma opinião que externei em 06/12/10:
    A cláusula de barreira de 30% é absurda, como colocaste. Mas penso que deva existir uma cláusula de barreira bem baixa, de 5 a 10%, que considero democrática.
    A eliminação pura e simples dessa cláusula, pode levar a ser conselheiro do Grêmio pessoas totalmente despreparadas, pelo simples fato de terem conseguido angariar 25 votos dentro de seu pequeno grupo (no teu exemplo).

    A redução de 30 para 20% considero como um tiro no pé. Estaremos legitimando a manutenção de uma clausula elevada e antidemocrática.

    Responder

  6. Raul F Iserhard

    26/03/2011

    Cláusula de barreira nunca. Faço essa campnha desde 2008. Voto nominal em lista de nomes. Cada candidato a conselheiro deve ser referido por um número entre 50-100 sócios em dia. Para eleição aos cargos executivos, da mesma forma, cada chapa deverá estar referendada por um número entre 50-100 associados em dia. Conselho Fiscal, da mesma maneira. Isso confere representatividade. Voto em urna, por Correios e por Internet, aptos os associados que estiverem regulares perante o Clube.
    E não digam que não é possível, porque a SBPC, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Entidade a que sou filiado, tem um sistema semelhate e funciona já há muitos anos, sem nenhuma dificuldade.

    Responder

  7. Raul F Iserhard

    26/03/2011

    Apenas uma observação, que faltou: reduzir o número de Conselheiros, para em torno de 150, no máximo.

    Responder

  8. Vanessa

    26/03/2011

    Também não tem q diminuir a cláusula de barreira e sim extinguir!!!!!!!!!

    Responder

  9. Guilherme da Rocha Zambrano

    13/04/2011

    Sobre a tese elitista de que “qualquer um” poderia entrar no Conselho, eu penso que qualquer gremista com mais de 5 anos de associação e que seja apoiado por uma fração equivalente a 1/180 dos associados com mais de 2 anos de associação não é “qualquer um” e deve estar no Conselho.

    Responder

  10. Guilherme da Rocha Zambrano

    13/04/2011

    Eu também sou favorável às “chapas incompletas”, com menos de 180 integrantes.
    O que eu quis dizer foi que se uma pessoa tiver os requisitos para ser conselheiro (5 anos como associado) e o apoio de 1/180 (1 em cada 180) dos votantes (que são os associados há mais de 2 anos), essa pessoa não é “qualquer um” e deve estar no Conselho Deliberativo.
    Se 4 mil votarem, o índice para eleger 1 conselheiro seria de aproximadamente 22 ou 23 votos.
    Mas isso não é problema porque 200 votos só elegeriam menos de 10 conselheiros, num universo de 300 (isso significaria apenas 3,33% do total do CD) conselheiros, e essa diversidade de representantes certamente seria positiva.
    Os associados gremistas não são uma massa homogênea e essa diversidade deve estar representada no Conselho Deliberativo.

    Responder

  11. nelsongz

    13/04/2011

    Eu sou favorável a existir uma cláusula de barreira pequena (5%, no máximo 10%), mas não faço disso um cavalo de batalha. Também sou favorável às “chapas incompletas” e a que uma pessoa não possa participar em mais do que uma chapa.

    O que não pode continuar é a cláusula de 30% e nem a sua redução para 20%, que mantém o mesmo conservadorismo atual, que seria legitimado pelos grupos que aprovarem esse percentual.

    Responder

Deixe um comentário